Rafael Honorato

O Consirj – Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região de Jales – divulgou na manhã desta quarta-feira, dia 17, uma nota informando que a Prefeitura de Jales comunicou, por meio de ofício, que deixará de integrar e participar de diversos serviços atualmente prestados de forma consorciada.

Entre os atendimentos que serão descontinuados estão saúde mental/psiquiatria, diagnóstico por imagem e odontologia especializada. O atendimento realizado na UPA não está incluído no descredenciamento.

Ainda segundo a nota, a Prefeitura deu prazo para que o consórcio desocupe o prédio onde hoje funcionam esses serviços, no antigo pronto-socorro de Jales, e determinou a devolução dos funcionários municipais cedidos ao Consirj.

O consórcio manifestou preocupação com os impactos da medida para a população, destacando que a regionalização da saúde busca ampliar o acesso, reduzir custos e garantir atendimentos especializados de forma integrada entre os municípios.

Por fim, o Consirj informou que adotará medidas administrativas e jurídicas cabíveis, por entender que a decisão unilateral do prefeito pode comprometer a continuidade e a qualidade da assistência prestada. 

A reportagem do Jornal do Povo entrou em contato com a Prefeitura de Jales, que enviou a seguinte nota:

"Em atenção à Nota Oficial divulgada pelo CONSIRJ, em 16 de setembro de 2025, o Município de Jales esclarece que a decisão de readequar sua participação em determinados serviços consorciados resulta de estudos técnicos e jurídicos realizados nos últimos meses, com o objetivo de garantir maior eficiência na prestação da saúde pública.

O Município reafirma seu compromisso constitucional com o direito à saúde, destacando que o atual modelo de rateio do consórcio permanece inalterado há mais de 20 anos, atribuindo a Jales cerca de 67% dos encargos, além da cessão de servidores e de espaços físicos, o que compromete a sustentabilidade financeira e administrativa do Município.

Diante desse cenário, optou-se por assumir diretamente serviços estratégicos, como diagnósticos por imagem, odontologia especializada e saúde mental/psiquiatria. Essa medida permitirá maior controle, qualidade, agilidade e ampliação da oferta de atendimentos à população.

Ressaltamos que não haverá prejuízo à assistência: a transição será conduzida com responsabilidade, respeitando a pactuação regional e comunicando formalmente os órgãos reguladores competentes.

Por fim, o Município reconhece a importância do CONSIRJ para o fortalecimento da saúde regional e reitera que seu compromisso permanece voltado a oferecer serviços cada vez mais qualificados, eficientes e acessíveis à população jalesense."