Criadas inicialmente para o tratamento da diabetes, as canetas emagrecedoras, como ficaram popularmente conhecidas, são medicamentos agonistas GLP-1, que imitam a ação de um hormônio que ajuda a controlar os níveis de açuçar no sangue a promover saciedade. Elas incluem semaglutida, a liraglutida, a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e a lixisenatida.
Até então, para comprar as medicações, não era necessária receita médica, mas, devido ao uso indiscriminado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde o dia 23 de junho deste ano, passou a exigir a retenção da receita nas farmácias para a venda.Assim como todas as medicações, o uso indiscriminado pode trazer alguns riscos, como explicou a médica endocrinologista Ana Carolina Callado Moraes em entrevista ao Jornal do Povo.
“Quando usamos sem orientação, não sabemos qual é a dose certa. Porque a dose que você precisa e pode nem sempre é a mesma do seu amigo que também faz uso. Dependendo da dose, o paciente pode ter complicações relacionadas a efeitos gastrointestinais, como vômito, diarreia e constipação intestinal, que, em alguns casos, precisam até de internação”, explicou a médica.
Doutora Ana Carolina ressaltou ainda que a orientação médica é fundamental, até porque, em algumas situações, o uso das canetas é contraindicado.
“Existem medicamentos, por exemplo, que não podem ser associados ao uso das canetas. Por isso, passar por consulta para o médico saber também seu histórico de saúde é muito importante”, afirmou.
A endocrinologista disse ainda que as canetas são, sim, medicações muito boas, que, se usadas de maneira correta, trazem ótimos resultados, mas que os valores delas ainda são altos. Entretanto, ainda segundo a médica, já existem laboratórios iniciando a produção nacional, o que deve baixar o preço no mercado, e já há conversas também sobre a inserção delas no programa Farmácia Popular, o que as tornaria ainda mais acessíveis.