Durante o mês de agosto, é realizada em todo o país a campanha Agosto Lilás, que tem como objetivo conscientizar a população e combater a violência contra as mulheres. Diversas ações são promovidas pelos municípios para dar visibilidade ao tema e aos números alarmantes.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em julho, mostram que o Brasil registrou, em 2024, o maior número de feminicídios desde que o crime passou a ser tipificado, em 2015. Foram 1.492 mulheres assassinadas, o que representa uma média de quatro mortes por dia no país.
Para falar sobre o assunto, participaram ao vivo do Jornal do Povo, nesta quinta-feira, dia 7, Marijara Paulino, da Cáritas Diocesana de Jales, e Izabel Brito, da Confraria das Mulheres, ambas representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Jales.
As entrevistadas destacaram que a violência contra a mulher não é exclusividade dos grandes centros urbanos — infelizmente, ela acontece em todos os lugares. Elas também falaram sobre as políticas públicas de proteção às mulheres, que embora existam, nem sempre são aplicadas como deveriam.
“Temos as políticas, mas muitas vezes elas não acontecem na prática. É por isso que precisamos lutar e cobrar para que funcionem. Um exemplo são as medidas protetivas, uma conquista da Lei Maria da Penha, mas que ainda deixam de ser concedidas em muitos casos”, explicou Marijara.
Elas também abordaram os diferentes tipos de violência, como a psicológica. Izabel Brito destacou que, quando a agressão chega à violência física, a psicológica já foi cometida várias vezes.
“Mulheres que ouvem que não servem pra nada, que são humilhadas, chamadas de burras... Às vezes isso é dito em tom de brincadeira, mas machuca de forma muito profunda”, afirmou Izabel.
As convidadas ainda falaram sobre a importância da Lei Maria da Penha, que completa 19 anos em 2025, e reforçaram que é fundamental que mulheres vítimas de violência busquem ajuda.
“Não é fácil, mas é possível pedir ajuda. Pode ser pelo 190, direto com a Polícia Militar, no CRAS, no posto de saúde, ou até mesmo com alguém de confiança. Existem pessoas dispostas a ajudar”, finalizaram.