- Julia Nanci (estagiária sob supervisão)
Uma pesquisa do INCA – Instituto Nacional do Câncer mostra que oito em cada dez casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil são descobertos já em estágio avançado. Em entrevista ao Jornal do Povo, da Rádio Assunção, o médico oncologista do Hospital do Amor em Jales, Dr. Sávio Costa de Paula, explicou que alguns fatores contribuem para esse número alarmante.
De acordo com o especialista, três principais fatores podem ser destacados como responsáveis: o baixo acesso à informação, a falta de autocuidado e realização de exames, além da negação dos sintomas iniciais da doença. O médico ressaltou a importância de estar atento aos sinais que o corpo apresenta:
"Sintomas como um caroço no pescoço que persiste por mais de três semanas, rouquidão prolongada pelo mesmo período e feridas na boca avermelhadas ou esbranquiçadas exigem uma avaliação especializada", alertou Dr. Sávio Costa.
O oncologista também destacou o papel fundamental de outros profissionais da saúde, como otorrinolaringologistas, dentistas e dermatologistas, na orientação dos pacientes para um diagnóstico correto e precoce. Segundo ele, o tratamento iniciado nas fases iniciais da doença reduz sequelas, oferece mais de 90% de chances de cura e gera menores custos para o sistema de saúde.
Outro obstáculo apontado pelo especialista é a burocracia no sistema de saúde, que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento. "Muitas vezes, o paciente até busca ajuda, mas a burocracia impede que ele chegue rapidamente ao tratamento adequado. É essencial que existam locais preparados para fornecer o diagnóstico precoce e encaminhar o paciente para profissionais capacitados, garantindo que o tratamento ocorra no tempo certo e da maneira adequada", concluiu o oncologista.
Foto: Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica