- Julia Nanci (Estagiária sob supervisão)
Junho é o mês da campanha Junho Vermelho, um movimento que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 1,4% da população brasileira doa sangue, o que representa cerca de 14 pessoas a cada mil habitantes.
A transfusão de sangue é essencial em muitos contextos, como em procedimentos cirúrgicos, tratamento de doenças crônicas e casos de emergências, como acidentes. O sangue é fundamental para garantir a recuperação de pacientes em hospitais e unidades de saúde.
O hemocentro mais próximo da nossa região fica em Fernandópolis e, frequentemente, o estoque de bolsas de sangue fica abaixo do nível recomendado para garantir o atendimento das necessidades.
Karen Borges, moradora de Jales, tem Talassemia, uma doença hereditária que afeta a produção de hemoglobina, uma proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.
Durante a gravidez, Karen descobriu que precisaria receber diversas bolsas de sangue para garantir que o bebê se desenvolvesse de forma saudável, sem complicações causadas pela anemia associada à talassemia.
Karen lembra o quanto as doações são essenciais para a saúde dela e do bebê.
"Me sinto extremamente grata por todas as doações que recebi. Eu sempre incentivo as pessoas ao meu redor a adotarem esse gesto, porque ele faz toda a diferença. Quando alguém me diz que foi doar sangue, eu me sinto feliz, não só por mim, mas por saber que muitas vidas podem ser salvas. Eu vi, dentro da sala de transfusão, histórias de pacientes que receberam uma bolsa de sangue e, com isso, conseguiram salvar suas vidas ou ter mais dignidade para viver com saúde," conta Karen.
Em Jales, as doadoras Tereza Ramos e Náia Magri, voluntárias da AVIDE (Associação dos Voluntários em Defesa dos Grupos Vulneráveis), fazem questão de participar ativamente da doação de sangue. Elas viajam até Fernandópolis junto a outros doadores, e em poucos minutos podem dizer que salvaram pelo o menos a vida de quatro pessoas a cada doação.
Náia, que fez sua primeira doação no ano passado, decidiu que este seria um compromisso contínuo em sua vida:
"Quando doei pela primeira vez, fiquei tão feliz em saber que minha ação podia fazer a diferença na vida de alguém, que decidi fazer disso um compromisso anual. Minha meta é doar pelo menos duas vezes ao ano, porque é uma sensação maravilhosa saber que você está ajudando alguém a ter uma chance de viver," diz Náia.
Já para Tereza Ramos, doar sangue é uma rotina de muitos anos. Ela se tornou doadora com apenas 15 anos, quando sua mãe foi diagnosticada com câncer no estômago e precisou de transfusões durante o tratamento. Desde então, Tereza nunca parou de doar.
"Desde o momento em que vi minha mãe precisar de sangue, entendi o quanto isso é importante. Eu participo de todas as campanhas, porque sei que uma simples gotinha de sangue pode salvar uma vida. Faço isso de coração, porque sei que ajudar o próximo é o melhor que podemos fazer. O difícil seria se a gente estivesse ali precisando dessa doação. Então enquanto eu puder eu estarei ali, porque doar sangue é doar vida pra alguém”.
Para doar sangue é necessário preencher alguns requisitos básicos como ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos e estar bem de saúde. O hemocentro de Fernandópolis fica aberto de segunda, terça, quinta e sexta feira das 7h30 as 16h30, as quartas feiras funciona das 7h30 as 18h, e aos sábados, as doações podem ser feitas das 7h as 11h30.