- Bruno Gabaldi (Assessor de Comunicação da Diocese de Jales)
Na terça-feira, dia 18, Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales, um dos representantes do noroeste paulista na COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), em Belém do Pará, participou do painel coorganizado com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), tratando sobre o tema: “Contribuições Nacionais Determinadas: Organizando a Esperança. Estamos Fazendo o Suficiente?”, com reflexões sobre as mudanças climáticas na vida dos trabalhadores.
Participaram também do debate o Pe. Anderson Antonio Pedroso, S.J. (reitor da PUC-Rio e coordenador da aliança estratégica das PUCs do Brasil); Kalil Cury Filho (Subdiretor de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias de São Paulo-FIESP); Hernán Coronado (Especialista Regional em Comunidades Indígenas do Escritório Latino-Americano da Organização Internacional do Trabalho-OIT); Kaira Reece (Secretária de Desenvolvimento Sustentável da União dos Trabalhadores das Américas); e Patricia Gualinga (Vice-Presidente da Conferência Eclesial da Amazônia-CEAMA).
De acordo com Dom Reginaldo, em entrevista à TV TEM, afiliada da Rede Globo, o painel tratou sobre o papel da educação na consciência ambiental. “É claro que é um papel do mundo acadêmico, mas também é um papel que a Igreja exerce também de educação e consciência em favor da justiça ambiental, o que implica justiça nas relações de trabalho. Se muitos trabalham em condições precárias, significa que a vida não está sendo preservada. E a vida dos seres humanos, em primeiro lugar, tem conexão com a vida de toda a criação”, explicou o bispo durante entrevista.
Na COP30, Dom Reginaldo representou a Rede Eclesial do Trabalho Organizado (RETO), da qual é coordenador internacional, a convite da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL), do Vaticano.
Dom Reginaldo participou de discussões e painéis durante a COP30, na Zona Azul (área mais restrita) e na Zona Verde (pavilhão de participação aberta).
PARTICIPAÇÃO
Dom Reginaldo também participou de várias atividades que envolveu a Igreja Católica nesta edição da COP no Brasil, dentre elas a Marcha dos Povos, na segunda-feira (17), que envolveu movimentos sociais, sindicatos, políticos, povos indígenas e a Igreja Católica, com a presença de vários cardeais e bispos, juntos pelo cuidado da Casa Comum.
“Não podemos esquecer que a questão ambiental e social depende da democracia direta, da participação ampla de todos os movimentos sociais, de todos os segmentos que acreditam em mudanças profundas na humanidade, de mudanças civilizatórias”, disse Dom Reginaldo Andrietta.
Ele sublinhou em entrevista para a CNBB Regional Norte 1 que “devemos sempre incluir as demandas da sociedade organizada”. Dado que essas demandas nem sempre são ouvidas, o bispo destaca que a “articulação de todos os segmentos na unidade de ação é que faz a diferença”.
O bispo ainda disse que a Marcha dos Povos é “uma expressão a ser ouvida na COP por aqueles que misteriosamente estão fazendo as negociações, sem conhecermos todos os acordos que estão sendo feitos”. Dom Reginaldo cobrou o conhecimento íntegro dos acordos alcançados. Para isso é importante que o clamor da Marcha dos Povos seja ouvido.
Já no dia 12 de novembro, Dom Reginaldo participou da Caminhada pelos Mártires da Casa Comum, uma das atividades paralelas à COP30 organizada pela Articulação Igreja Rumo à COP30.
A concentração acontecer na Praça Santuário de Nazaré e o percurso terminou na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, com a celebração da missa pelo arcebispo de Porto Alegre (RS), cardeal Jaime Spengler, presidente da CNBB. Cerca de 40 bispos do Brasil e de outras regiões da América, da Ásia, África e Europa concelebraram a missa.