O governo federal propôs um salário mínimo de R$ 1.067 para
o próximo ano, segundo o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021 apresentado
nesta segunda-feira, 31, pela equipe econômica.
A Constituição determina que o salário mínimo tem de ser
corrigido, ao menos, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC) do ano anterior. Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
enviada ao Congresso em abril, o governo tinha estimado que o piso de 2021
seria de R$ 1.079.
Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.045. O reajuste, se
aprovado pelo Congresso, começará a valer em janeiro de 2021, com pagamento a
partir de fevereiro.
Os valores ainda podem mudar no decorrer deste ano, com base
nas projeções de inflação para o ano de 2020 (utilizadas como parâmetro para
correção).
O valor do salário mínimo proposto pelo governo para o ano
que vem tem correção somente pela inflação, ou seja, pela estimativa do governo
para o INPC. Esse formato já foi adotado neste ano, quando a área econômica
concedeu reajuste somente com base na inflação do ano passado.
Com isso, o governo mudou a política de aumentos reais
(acima da inflação) que vinha sendo implementada nos últimos anos, proposta
pela presidente Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso.
A política de reajustes pela inflação e variação do Produto
Interno Bruto (PIB) vigorou entre 2011 e 2019, mas nem sempre o salário mínimo
subiu acima da inflação.
Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste
somente com base na inflação porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016)
teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação
serviu de base para o aumento.
Ao conceder um reajuste menor para o salário mínimo, o
governo federal também gasta menos. Isso porque os benefícios previdenciários
não podem ser menores que o valor do mínimo.
De acordo com cálculos do governo, o aumento de cada R$ 1 no salário mínimo implica despesa extra em 2020 de aproximadamente R$ 355 milhões.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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