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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Quinta-Feira, 29 de Abril de 2021 às 10:47

DIA DA TRABALHADORA E DO TRABALHADOR

Léo Huber | Mestre em História Social é membro da Pastoral da Cidadania de Jales

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Neste 1º de maio é a pessoa do/da trabalhador/a que deve merecer atenção e cuidado. O pior que pode acontecer a um trabalhador é a falta de emprego. E no Brasil temos hoje mais de 14 milhões de desempregados e 31 milhões na informalidade. Outros 76 milhões de brasileiros em idade ativa estão fora do mercado de trabalho por já terem desanimado de procurar emprego. O desemprego atinge mais as mulheres que os homens. A situação é ainda mais grave se compararmos as taxas de desemprego e desocupação dos brancos com a dos pardos e negros.

A tragédia da pandemia escancara para todo mundo ver que a divisão de classes é cada vez mais forte. Na sociedade atual, quem perde o emprego sabe que não se trata de uma situação passageira. Quase certamente não conseguirá outro emprego em algumas semanas ou meses.  O desemprego é estrutural. É uma característica deste sistema econômico excludente.

Mesmo as novas tendências não estão a serviço da humanidade. Os entregadores, uma nova realidade do trabalho atual, numa sentença judicial em Milão, na Itália, já foi descrita como “escravidão”. Muitos trabalhadores/as enfrentam a mesma situação no trabalho virtual como, por exemplo, os/as professores/as. Estas tendências, influenciadas pelas novas tecnologias, não deveriam se constituírem instrumentos de opressão para acorrentar os novos escravos, mas ser um instrumento de libertação a serviço do bem-estar coletivo.

A pandemia evidenciou as contradições que antes se preferia ignorar. A sua violência revelou a maldade desse sistema, feito de exploração, prevaricação, violência e abusos. A reforma nas leis trabalhistas e as novas relações de prestação de serviços do trabalhador/a informal, tornaram o/a trabalhador/a “livre”, porém, livre para agora ser escravo,como apontam estudiosos.É uma situação semelhante à dos “boias-frias”, tão numerosos na nossa região, até um tempo recente. Todo o sistema, inclusive no direito à saúde, é regulado pela necessidade do lucro.

Na pandemia os empregadores se protegem, mas os/as trabalhadores/as têm de assumir todos os riscos de se expor a aglomerações e garantir o comércio e o lucro dos patrões.

As novas realidades dos/as trabalhadores/as exigem o fortalecimento dos sindicatos representativos e a promoção de novas formas de protesto e resistência. A história comprovou que é na resistência que se criam melhores alternativas no mundo do trabalho.

Se por um lado vemos o negacionismo e o projeto de morte das políticas do Governo Federal, por outro, vemos o fortalecimento das redes solidárias e organizações sociais que buscam soluções.

Afirmou o Papa Francisco: “Todo trabalhador tem o direito a uma remuneração digna, a uma segurança social e a uma cobertura de aposentadoria”.

O Monge Beneditino Marcelo Barros escreveu “que os profetas e profetizas da justiça e da paz são sempre minorias, mas nunca deixam de atuar. O 1º de maio nos convoca para cuidarmos da vida, da segurança e da saúde das pessoas”. Necessitamos de engajamento, um compromisso que se faz com as outras pessoas que também lutam pela justiça. Como cristãos cabe-nos assumir a missão de participar da caminhada coletiva do mundo do trabalho e lutar pacificamente para transformá-lo. Assim seremos testemunhas do reinado divino se realizando. Nosso Deus presente na luta do povo pela justiça e pela paz.

Ouça a entrevista

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