Em meio a tantas
notícias tristes, o ano de 2021 também tem e terá momentos bons para poder ser celebrado.
Não se pode perder a esperança e a confiança, dias melhores virão! A
solidariedade e a partilha são gestos que acalentam o coração. Mas, voltando
aos momentos bons de 2021, este ano tem uma coincidência agradável e poderá dar
muitos frutos para a fé, a espiritualidade e também para a sociedade. A Igreja
Católica está vivendo o Ano de São José, instituído pelo Papa Francisco por
meio da Carta Apostólica Patris Corde (Com coração de Pai) e, no dia de São
José (19 de março), iniciou-se o Ano “Família Amoris Laetitia” (Alegria do amor
na família).
O Ano de São José
foi anunciado, por meio da carta Patris Corde, para celebrar os 150 anos da
Declaração deste santo como Padroeiro Universal da Igreja. O Papa Francisco
propõe conhecer melhor a figura do humilde carpinteiro (Mt 13,55), o esposo de
Maria (Mt 1,18; Lc 1,27), o homem justo (Mt 1,19) que, com coragem, assumiu a
paternidade legal de Jesus. São José, com seu modo discreto e confiante
descrito pelos Evangelhos, revela-se um homem amado por Deus e que amou como
pai. Um pai terno e preocupado com sua família, cuidou, protegeu e sustentou
sua casa com seu trabalho. “Deus confia neste homem e o mesmo faz Maria que
encontra em José aquele que não só quer salvar sua vida, mas sempre sustentará
a ela e ao Menino” (Patris Corde, 5).
O Ano “Família
Amoris Laetitia”, iniciado no último 19 de março e vai até junho do próximo
ano, foi instituído para celebrar os cinco anos da publicação da Exortação
Apostólica Amoris Laetitia (AL). Este ano também tem o objetivo de fazer com
que as pessoas, famílias e comunidades retornem ao texto desta exortação e
continuem a reflexão sobre a família, pois a família é de suma importância para
a sociedade e para a Igreja que, especialmente neste tempo de distanciamento
social, têm feito novamente e, ainda mais forte, a experiência da “Igreja
doméstica”.
A família tem
sofrido fortes embates: é desafiada por forças contrárias ao amor, ao
matrimônio, à criação e à educação dos filhos, segundo as leis naturais e as
leis de Deus. “O bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja”
(AL 31), “ninguém pode pensar que o enfraquecimento da família como sociedade
natural fundada no matrimónio seja algo que beneficia a sociedade. Antes, pelo
contrário, prejudica o amadurecimento das pessoas, o cultivo dos valores
comunitários e o desenvolvimento ético das cidades e das aldeias” (AL 52).
Unir São José e a
Alegria do Amor na família é assumir como eixo na ação pastoral evangelizadora
o anúncio da alegria do Evangelho, é recuperar a importância da doutrina sobre
matrimônio e família e, ainda, é valorizar a riqueza da transmissão de valores
e princípios que se dá entre pais e filhos.
O amor vivido nas
famílias é uma força permanente para a vida da Igreja e para a sociedade (Cf.
AL 88). Este ano é uma boa oportunidade para reler e aprofundar estes dois
textos pontifícios e pensar: “E a família, como vai?”, E a nossa sociedade,
como está?