Dois discípulos abandonam o grupo que se encontra reunido em Jerusalém. Caminham com ar entristecidos. Tristeza geral, desolação e desesperança. Sua fé em Jesus parece ter acabado. O que lhes faltava??
Falta-lhes o mais decisivo: Reconhecer a presença do Ressuscitado em suas vidas, encontrar-se pessoalmente com o Cristo vivo.
Embora caminhem tristes e desalentados, aqueles discípulos continuam lembrando de Jesus, “conversam e discutem sobre ele”. Enquanto caminham, o Ressuscitado “se aproxima”, se faz presente em sua conversa e se põe a andar com eles. Jesus os convida a recordar “o que aconteceu”. Os dois discípulos reavivam sua memória e relembram tudo… Falam com o Mestre, mas não percebem que “era ele”. O que Lucas sugere é de grande importância.
É uma presença que vai despertando neles a esperança. Mais tarde confessarão que, enquanto Jesus lhes falava pelo caminho, “seu coração ardia dentro deles”.
Um caminho para encontrar-nos com Cristo Ressuscitado é sentir que nosso coração se inflama com sua presença, é reunir-se em seu nome, ler os evangelhos, procurando descobrir o sentido profundo de suas palavras e seus atos, lembrar sua crucificação e ouvir, a partir de dentro com coração confiante, o anúncio de sua ressurreição.
É isso que nos faz “cristãos diferentes” – se de fato, participamos da comunidade, não nos isolamos, não vamos só de vez enquando… – na hora de um sofrimento ou desespero maior.
E não basta isso. É necessária, além disso, a experiência da ceia eucarística na nossa vida, para reconhecer a presença do Senhor ressuscitado, não só como alguém que ilumina nossa vida com sua Palavra, mas como alguém que nos alimenta em sua Ceia. É o que sugere o relato de Lucas.
Os discípulos pedem ao “viajante” (o próprio CRISTO) que não os abandone. E Jesus “entra para ficar com eles”.
Os três caminhantes sentam-se à mesa para cear juntos. Como é bom depois de ouvir, conversar…recordar…sentar para comer juntos.
Quando Jesus toma o pão, pronuncia a bênção, parte-o e o vai dando “abrem-se lhes os olhos e eles o reconhecem”. Meus Deus! Meu Senhor e meu Deus!!
É suficiente reconhecer sua presença, mesmo que seja por alguns instantes. A experiência de sentir-se alimentados por ele transforma suas vidas. Parece que tudo se transforma, tudo mudou…
Agora podemos ser inteiros, Cristo está REALMENTE CONOSCO!!
Retornam à comunidade dos discípulos e “contam o que lhes aconteceu no caminho e como O reconheceram ao partir do pão”. Experiência de Vida e Comunidade.
Reconhecem a presença de Cristo vivo!!
Ele, de fato morreu…, mas está vivo!! Ressuscitou!!!
Pe. Carlos Augusto Fabbri
Fernandópolis, 05 de abril de 2018