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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Sexta-Feira, 05 de Março de 2021 às 11:56

IR, VER E PARTILHAR

Vitor Inácio Fernandes da Silva, Assessor de Comunicação da Diocese de Jales e Jornalista das Rádios Assunção e Regional FM

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A população brasileira precisará se empenhar ainda mais para enfrentar a pandemia de notícias falsas, as fake news, como são chamadas as divulgações deste tipo de conteúdo, amplamente presentes nas redes sociais. Ao longo deste período de combate ao Coronavírus sobraram exemplos de receitas que ofereciam curas milagrosas, debates sobre vacinas e conceitos médicos que, na prática, foram verdadeiros atentados à vida.

Diariamente, milhares de informações são compartilhadas rapidamente nas redes sociais de forma automatizada, distorcendo a realidade e atendendo a objetivos comerciais e políticos. As notícias falsas são distribuídas de forma aleatória em aplicativos e plataformas por pessoas que contribuem inconscientemente para consolidação desses interesses. 

Qual o custo de uma fake news? O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), já alertava em 2019 para os impactos das notícias falsas na saúde, quando a vacinação contra o sarampo no Brasil apresentava queda histórica nos índices de imunização. Atualmente, pacientes morrem nas filas em busca de internação em unidades intensivas e os impactos do negacionismo e aglomerações poderão ser ainda maiores.  As notícias falsas precisam ser combatidas de forma emergencial em todas as instâncias da sociedade.

Em janeiro deste ano, o Vaticano divulgou a mensagem do Papa Francisco para o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais.  No texto aos comunicadores e jornalistas, o Papa aborda diversos temas presentes na atualidade e faz um convite para gastarem sola de sapato. A mesma missão deve ser assumida por toda a sociedade para a construção de um sólido diálogo.

O Papa encoraja-nos: “se não nos abrimos ao encontro, permanecemos espectadores externos, apesar das inovações tecnológicas com a capacidade que têm de nos apresentar uma realidade engrandecida onde nos parece estar imersos. Todo o instrumento só é útil e válido, se nos impele a ir e ver coisas que de contrário não chegaríamos a saber, se coloca em rede conhecimentos que de contrário não circulariam, se consente encontro que de contrário não teriam lugar”.

Já no título da mensagem “Vem e verás (Jo 1,46), comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”, fica evidente o desejo do Papa para que conheçamos na prática todos os aspectos da vida humana, caminhar ao encontro das pessoas e acima de tudo saber o que mais precisam para que possam viver dignamente. A partir desse, processo será possível iniciar a construção de uma comunicação mais humana, abordando as temáticas que a aflige.

A velocidade com que as informações são veiculadas, também chama atenção do Papa Francisco. Com as necessidades do mundo digital, nem sempre o encontro e o diálogo acontecem, mas agora, a responsabilidade passa a ser de todos os que fazem parte dessas conexões e são testemunhas da realidade. “Graças à rede, temos a possibilidade de contar o que vemos, o que acontece diante dos nossos olhos, de partilhar testemunhos.” 

A prática da comunicação fortalece a democracia, multiplica boas ações e divulga a história. Que o nosso testemunho nas redes seja de compaixão e empatia! Que possamos combater a pandemia de notícias falsas em todos os seus aspectos, contribuindo para tornarmos mais sensíveis ao próximo. Por isso, o compromisso lançado por Francisco aos profissionais de comunicação: “Todos estamos chamados a ser testemunhas da verdade: a ir, ver e partilhar.” 

Ouça a entrevista

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