Discernir a vida é fundamental, principalmente na realidade
que vivemos hoje, onde há uma contradição gritante entre a mensagem da vida e o
discurso de ódio. As pessoas estão permitindo ser influenciadas por mensagens
prontas que não as fazem pensar, refletir e meditar. Estamos nos tornando
incapazes de refletir o que está diante dos nossos olhos.
Independente de qual credo
professamos é importante olhar para a mensagem que o Evangelho nos apresenta:
“Amar o próximo como a si mesmo”. A mensagem da vida reforça essa atitude, pois
sabemos que temos diferenças, não somos iguais, mas é preciso olhar para o
próximo e enxergar que ele é meu irmão.
Em um mundo paralelo “mundo
digital”, as pessoas estão se escondendo atrás de uma tela para se tornarem
juízes, que julgam, condenam e executam as sentenças, muitas vezes de morte.
Não medem esforços para agredir e ferir o irmão.
É preciso tomarmos cuidado, para que
este mundo paralelo não nos tire a nossa humanidade. A mensagem da vida deve
nos permitir vislumbrar realidades que possibilitam a todos a vida em
abundância.
Quando não permitimos que a mensagem
da vida seja lâmpada para os nossos passos e luz para o nosso caminho, vamos
nos tornando incapazes de respeitar a vida e seu significado, e permitimos que
o outro se torne um produto que possa ser avaliado, e se não atende os meu
requisitos possa ser descartado.
Essa atitude abre caminhos para que
a cultura do ódio se torne cada vez mais presente na vida das pessoas, e a
usamos como uma arma para se defender, e ofender no anonimato. A cultura do
ódio nos rouba a nossa identidade, anula a nossa essência e nos torna
miseráveis no testemunho de amar a si e ao próximo.
É preciso permitir que a vida nos
ajude a avaliar as nossas atitudes para que nos tornemos melhores a cada dia. É
preciso olhar para nós mesmos e arrancar o joio que atrapalha sementes boas de
crescer. É muito triste olhar para a vida e perceber que existem pessoas que
não se permitem amar e ser amadas. Uma coisa é certa, não são as condenações e
julgamentos que ajudam uma pessoa a ser melhor, mas a nossa capacidade de amar
e acolher a essência do outro.
As nossas diferenças não são para
nos dividir, mas para nos aproximar para aprendermos uns com os outros. As
diferenças humanas devem possibilitar o crescimento, amadurecimento da nossa
capacidade de amar e sermos resilientes nas mais diversas situações da vida.
Se assim não pensamos e vivemos,
acabamos nos matando e matando o próximo como muitos o estão fazendo hoje por
não aceitarem e compreenderem o que lhe é contrário em sua forma de pensar e
agir. Às vezes em nossas atitudes queremos fazer das pessoas o que nós
pensamos, queremos moldá-las à nossa imagem e semelhança. E quando não
conseguimos instauramos um discurso de ódio, julgando e sentenciado o outro por
não pensar como eu.
Recordemos 1Cor 13, 1.4 “Ainda que
eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse amor, seria
como um sino ruidoso ou como um címbalo estridente [...] O amor é paciente, o
amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de
orgulho”. Amar o próximo traz
significado para a mensagem da vida e anula o discurso de ódio.