A felicidade é anseio de todo ser humano, é um percurso árduo que merece toda nossa atenção, pois vivemos um momento de grande adversidade. Como é possível ser feliz em tempos de pandemia?
Na maioria das vezes a felicidade é algo momentâneo,
ou seja, corresponde a “estar feliz”. As satisfações e realizações pessoais, tais
como: o início de um relacionamento, a formação de uma família, a conclusão dos
estudos, a conquista do emprego ou moradia, a vacinação (covid-19), a
recuperação da saúde e até mesmo prêmios em sorteios e loterias são agentes
mobilizadores para estarmos felizes.
Mas, a felicidade pode ser algo permanente? O “ser
feliz” faz parte da nossa essência e por isso se torna maior e mais profundo. Significa
descobrir em nós mesmos uma força extraordinária, que muitas vezes não sabemos
que existe. Perdas, tristeza, decepção, magoa e solidão tornam difícil a percepção
de que a felicidade está dentro de nós. Mas, quando nos damos conta que as
dificuldades passam, o “ser feliz” ressurge, como agente impulsionador que nos
leva a lutar, insistir, persistir, aprender, ensinar, evoluir e vencer.
Como, então, despertar o “ser feliz” que existe em
nós? E, como trilhar o caminho da felicidade? Muitos se destacam, por
conseguirem demonstrar às outras pessoas como “ser feliz” e se tornam fontes
transformadoras de vidas e exemplos a serem seguidos. O maior deles, em todos os tempos é Jesus, o
Filho de Deus, também chamado “Filho do Homem” que assumiu a condição humana em
toda sua plenitude. É na existência dele e em seus ensinamentos, tais como,
gratidão, aceitação, perdão e compaixão, que estão todas as respostas para a
felicidade permanente.
Ser grato é mais que um ato de cortesia, é reconhecer
que muitas vezes recebemos bem mais do que necessitamos ou merecemos, assim
como diz Jesus: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas
coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, eu te
bendigo, porque assim foi do teu agrado”(Mt 11,25-26).
Aceitar é entender que nem tudo é como queremos, como
gostaríamos que fosse. É considerar que algumas coisas e situações acontecem fora
do nosso controle, que estão além do nosso alcance. Jesusnos mostraisso orando:
“Pai, se é de teu agrado, afasta de
mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua”(Lc
22,42).
Perdoar é um ato de coragem e decisão. É superar rancores
e mágoas causados por outras pessoas e por nós mesmos. É um ato de amor que
cura, como na oração do Pai Nosso:“perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam”(Mt6,12).
Compadecer é um ato de desprendimento e amor. É
voltarmos nosso olhar às necessidades do outro, nos colocarmos no lugar dele e
fazermos o que estiver ao nosso alcance para transformar a vida dele para
melhor, a exemplo do Cristo. Jesus
compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê
curado."(Mc 1, 42).
Portanto, cuidemos uns dos outros, que façamos parte de
iniciativas coletivas de proteção à vida, sem esquecermos de nós mesmos, porque
é isso que torna possível, “sermos felizes”, mesmo em
tempos de pandemia.