A Polícia Civil realizou uma operação para investigar
transações financeiras feitas entre a Santa Casa, a Unimed e o Instituto
Avançado do Coração (Iacor), na manhã desta terça-feira (16), em Fernandópolis.
De acordo com informações preliminares da corporação, os policiais passaram o dia nos locais fazendo um levantamento de documentos no setor financeiro das três instituições.
DENÚNCIA
Uma denúncia do vereador Murilo Jacob levou a Policia Civil
de Fernandópolis a abrir um inquérito que resultou na apreensão de uma série de
documentos, computadores e HDs no interior da Santa Casa de Misericórdia da
cidade.
Com 13 meses de investigação comandada pelo delegado Airton
Canato, o próximo passo é cruzar dados e comprovar documentos já colhidos
relacionado a entidade e as administrações que comandaram a Irmandade por
vários anos.
Segundo Canato, o objetivo é esclarecer porque do aumento da
dívida e o que teria levado a instituição chegar a esse ponto, pulando de R$ 11
milhões para mais de 40 milhões de déficit. “A partir de novos documentos em
mãos vamos cruzar dados e descobrir o que realmente acontecia na instituição”.
Ele citou casos de glosa entre a Santa Casa e a Unimed,
também alvo de apreensão de documentos, ou seja, não pagamento, por parte dos
planos de saúde, de valores referentes a atendimentos, medicamentos, materiais ou
taxas cobradas pelas empresas prestadoras (hospitais, clínicas, laboratórios,
entre outros) e profissional liberal da área de saúde.
É uma prática cada vez mais comum e alvo de fiscalização as
empresas e profissionais liberais que prestam atendimento aos pacientes de
convênios e credenciamentos com órgãos públicos. A ocorrência de glosas está
condicionada a uma série de questões que variam entre a falta de documentação
adequada.
GESTÕES
Outro ponto da investigação é se houve fraudes durante as
gestões do ex-provedores, principalmente ações executadas em desacordo com o
Estatuto da entidade. Para o delegado, a instituição que recebe recursos da
iniciativa publica é obrigada a prestar contas, principalmente a vereadores,
por meio de oficio, o que várias vezes foi negado.
A dívida trabalhista chega a cerca de R$ 11 milhões e teve o
prédio penhorado pela Justiça do Trabalho que avalia ações de 29 colaboradores.
O prédio foi avaliado em R$ 31 milhões e pode até ir a leilão.
A dívida trabalhista originou após o não pagamento de 13º
salários, vencimentos mensais e benefícios dos funcionários do hospital no ano
de 2015, quando foi administrada pelo provedor Geraldo de Carvalho que várias
vezes negou a abertura das contas da instituição.
A Polícia também deve investigar se os atendidos por planos
de saúde também teriam sido lançados como pacientes do SUS, para que a
instituição recebesse duas vezes por apenas um procedimento. Outro caso também
relacionado ao pagamento do Seguro Data.
Airton Canato encarou como um grande desafio, mesmo ciente que poderia receber quaisquer tipos de sansões políticas, sendo o único a se interessar pela denúncia do vereador.
Com informações de G1 – Região Noroeste.
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