Estamos
convivendo desde o início deste ano de 2020 com uma epidemia que ficou
conhecida como Covid-19 e que se espalhou pelo mundo. Aos poucos fomos nos
dando conta da rapidez como esse vírus se espalhou, levando a todos nós, de
todas as classes sociais, a uma mudança radical em nossas vidas, desde o isolamento
social até o uso de máscaras protetoras.
No Brasil, estamos há seis meses no isolamento social, com as orientações
e normas que devem ser seguidas. Hoje,em nosso país, já passamos de 130 mil mortes.
Na região de Rio Preto,que abrange a Diocese de Jales, já temos mais de 1700
mortes pela Covid-19, números esses que inevitavelmente aumentarão nas próximas
semanas.
Quantas
vidas já foram ceifadas? Neste período,é
triste vermos os noticiários e as redes sociaismostrarem o aumento do número de
contaminados e consequentemente, de mortes. Hoje, esta realidade se faz
presente no meio de todos; pessoas anônimas e famosas
e, podemos afirmar, com sentimento de tristeza, que ela está também nas
pequenas cidades, atingiu nossos conhecidos enossas famílias.
A morte, em cada cultura, religião ou credo, tem o seu
significado, seu ritual. A morte ainda é um
dos maiores mistérios da vida. É inevitável nos questionarmos o porquê temos
que nos despedir de alguém que amamos ou mesmo temer o nosso próprio fim. Mas, mesmo assim, no momento final de nossa vida terrena,
familiares e amigos se reúnem para fazer as suas orações e despedirem-se do
falecido.
No momento que estamos vivendo, inúmeras famílias e amigos que
perderam seus entes queridos para esse vírus, nem sequer podem velar o corpo,
despedir-se de pais, mães, filhos, avós e amigos, e não lhes acompanharà
sepultura, que aqui na terra é a nossa última morada.
Fica uma sensação de indignação e abandono diante desse fato.O
que fazer quando essa realidade se torna presente em nossa vida? A Bíblia é a
palavra de Deuse o grande livro da esperança. Por ela, homens
e mulheres são inspirados pela promessa do Pai. Nossa razão de viver está
apenas em Deus. Se Deus é por nós, quem
será contra nós? (cf.Rm 8,31).
Diante dessa situação pelas quais estamos passando, fica apenas
uma certeza:ter esperança e
féé confiar na providência de Deus,é buscar o seu Reino. Tudo é possível, “se
creres farás obras maiores do que as que eu faço” (Jo 11,27). A esperança tem
sua raiz na fé. A féé a segurança do que se espera. “Quem crê em mim,
ainda que esteja morto viverá” (Jo 11,25).
Somos,
portanto, chamados, em meio a esta realidade,a nos configurar a Cristo que
ressuscitou mortos e venceu a própria morte. Que a exemplo do Bom Samaritano que “viu,
sentiu compaixão e cuidou“, devemos
também ter a mesma atitude diante de tantas pessoas que perdem seus conhecidos
e familiares.
Se ainda não estamos fazendo a nossa parte,
sejamos solidários, fraternos, justos, generosos e unamo-nos em oração a essas
famílias. Hoje, isso se torna muito
necessário e vale mais que um abraço, que ainda não podemos dar.