Uma das maiores missões humanitárias do
Brasil começa a ser realizada neste fim de semana, de 05 a 12 de julho. Em sua
9ª edição, a Missão Univida parte da Diocese de Jales com mais de trezentos
voluntários em direção aos povos indígenas de aldeias em Dourados, no Mato
Grosso do Sul. O trabalho já ganhou repercussão nacional e o apoio de dezenas
de instituições, prestando serviços principalmente ligados à área da saúde e da
qualidade de vida.
O seu valor
para aqueles que recebem este suporte é imensurável, onde a ausência do poder
público deixa milhares abandonados, sem direito aos serviços básicos e o
respeito à cultura e às suas tradições. O empenho de muitos envolvidos,
impulsionados por essa missão de Igreja e a solidariedade popular, ajudam esses
povos a recuperar um pouco sua dignidade. Ademais, permite-lhes fazer ecoar
seus clamores por atenção.
A essência
da política segundo estudos do filósofo grego Aristóteles, deveria compreender e
assegurar uma vida que fosse feliz aos cidadãos por meio de formas de governos
e instituições. Percebemos a fragilidade da atuação de muitos eleitos que
deixaram milhões para trás. Missões, projetos, entidades, associações e várias
outras condições de organização surgem de forma espontânea e popular para
suprir estas necessidades.
A Univida gera
formação humanitária aos universitários que participam e vida aos que são
atendidos. O sentido desse trabalho corresponde ao que o Catecismo da Igreja
Católica já mencionava em 1948: “A solidariedade é uma virtude eminentemente
cristã que pratica a partilha dos bens espirituais mais ainda que dos materiais”.
As doações de várias Dioceses à Univida e a solidariedade popular mantêm vivos
muitos serviços prestados por essa Missão aos necessitados.
Um anúncio
feito pelo Vaticano encheu os brasileiros de alegria, com a data da canonização
de Irmã Dulce, que passará a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres, mas o povo
determinou que sempre será o “anjo bom da Bahia”. Dia 13 de outubro será marcado
por aquela que sempre dedicou sua vida ao próximo. Suas obras sociais são
capazes de atender 3,5 milhões de pessoas por ano, gratuitamente.
Na contramão
existem ações dos próprios governantes, que visam desmontar direitos do povo
brasileiro, como por exemplo, a Seguridade Social com a reforma da Previdência.
Essa reforma, em discussão, pretende dificultar o acesso aos benefícios, após
toda uma vida de trabalho. Se essa reforma for aprovada haverá diminuição dos
valores pagos aos idosos carentes, os trabalhadores rurais serão penalizados e
a aposentadoria em condições dignas se tornará impossível para os mais novos.
“Jesus nos
quer apaixonados por Ele e pelo Evangelho. Uma paixão do coração que se traduz
em gestos concretos de proximidade, de proximidade aos irmãos mais necessitados
de acolhimento e de atenção. Exatamente como Ele mesmo viveu”, disse o Papa
Francisco no Angelus, ao meio-dia do último domingo do mês de junho.
A
proximidade que pede Francisco é uma das características mais marcantes e
evidentes do povo brasileiro, que deve ser cultivada por gestos concretos de amor
ao próximo que culminem em lutas em defesa dos direitos, sobretudo dos que mais
necessitam. Nosso empenho na missão se torna capaz de enfrentar qualquer
interesse político, por isso é necessário o envolvimento de cada um de nós na
construção da fraternidade concreta anunciada por Cristo.
04 de julho de 2019.