A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta quinta-feira
(1º) duas aeronaves pertencentes ao piloto Felipe Ramos Moraes. Ele é
investigado por envolvimento nas execuções de dois chefes da facção criminosa
paulista Primeiro Comando da Capital (PCC): Rogério Jeremias de Simone, o Gegê
do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.
Investigações apontam que Gegê e Paca embarcaram em
helicóptero pilotado por Moraes no litoral do Ceará no último dia 15. A aeronave
fez um pouso que não estava previsto numa reserva indígena de Aquiraz, a 30
quilômetros de Fortaleza, local onde os dois integrantes do PCC foram
torturados e assassinados.
A aeronave usada no dia das execuções foi encontrada nesta
quinta-feira por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais
(Deic) em área de mata em Fernandópolis, no interior de São Paulo. Ela era
levada para a capital na tarde desta quinta sob escolta do helicóptero
Pelicano, da Polícia Civil.
Segundo o Deic, também foram apreendidas duas lanchas que
estavam em marinas em Guarujá, no litoral. Fontes ligadas à Marinha do Brasil
informaram que ambas as lanchas apreendidas são de médio porte, identificadas
como esporte e recreio, e têm capacidade para transportar 11 pessoas e um
tripulante cada.
A embarcação "Sem futuro" está registrada na
Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), enquanto a "Só Emoções"
está na Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE). O piloto Moraes também tem
uma moto aquática registrada em São Paulo, mas que não foi apreendida. Todos os
veículos estão devidamente licenciados, segundo a autoridade marítima.
Nesta manhã, policiais revistaram um apartamento pertencente
ao piloto em Guarujá, litoral de São Paulo. Policiais solicitaram autorização à
Justiça para fazer uma varredura no imóvel, uma vez que havia a suspeita de que
ali eram guardados armamentos pertencentes a facção criminosa de São Paulo.
No último dia 27, um taxista que prestou depoimento no caso
da morte dos chefes do PPC no Ceará disse ter deixado Felipe Moraes em uma
empresa de táxi aéreo na manhã de 15 de fevereiro. Logo depois, Moraes
conduziria o helicóptero levando os dois chefes da facção para o local onde
foram mortos.
Um bilhete achado na Penitenciária 2 de Presidente
Venceslau, no interior de São Paulo, reforça a suspeita investigada pelo
Ministério Público de que Gegê e Paca foram foram mortos porque supostamente
desviaram dinheiro da facção criminosa.
“Amigos aqui é o resumo do Pe quadrado [Penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar os (...) o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”, informa o bilhete escrito a caneta num pedaço de papel.
Fonte: G1
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