Maior central de abastecimento frutas e verduras da América Latina, a Ceagesp, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP), está envolta em uma série de denúncias de loteamentos ilegais e cobrança de propina.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira,
informa que a Ceagesp, maior central de abastecimento de frutas e verduras da
América Latina, localizada na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, está
envolta em uma série de denúncias de loteamentos ilegais e cobrança de propina.
O espaço, de responsabilidade da União, é administrado por
indicados do deputado federal FAUSTO PINATO(PP-SP). Os indicados incluem até o
pai do deputado, condenado por homicídio, que fatura um salário mensal de R$
19,5 mil.
Comerciantes descreveram à Folha um ambiente em que tudo é
resolvido com dinheiro “por fora”, da reserva de vagas para caminhões com
caixas de madeira até a autorização para construção dentro do terreno público.
A Folha conversou com mais de uma dezena de comerciantes que
revelaram, sob condição de não ter seus nomes citados, que a autorização para
utilização de uma empilhadeira, por exemplo, custa R$ 30 mil em propina.
Algumas propinas chegam a R$ 50 mil.
A influência de Pinato sobre o entreposto vem desde a gestão
de Michel Temer e continua no governo Jair Bolsonaro. Ouvido pela Folha, o
deputado negou irregularidades na atual gestão e disse que “deve ter muita
gente plantando notícias falsas na Ceagesp, para defender interesses próprios”.
De seu lado, a direção da Ceagesp também nega
irregularidades e afirma que “as denúncias tem como motivação ofender a honra
do deputado Fausto Pinato e da diretoria”.
Para Cláudio Furquim, presidente de um sindicato de permissionários do entreposto, “a Ceagesp padece de um mal crônico, que são as indicações políticas”. Para Furquim, “existe um grande conflito de interesses quando um deputado indica o próprio pai”.