Dois anos após a recessão econômica de 2014 a 2016, as
empresas permaneceram fechando as portas no País. No ano de 2018, 65,9 mil
empreendimentos encerraram suas atividades. O resultado representa uma piora em
relação a 2017, quando houve fechamento de 22,9 mil empresas.
Em cinco anos de saldos negativos consecutivos, o Brasil já
perdeu 382,5 mil empresas. Os dados são do levantamento Demografia das Empresas
e Estatísticas de Empreendedorismo 2018 e foram divulgados nesta quarta-feira
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A extinção de empresas afeta também o total de empregados.
Em cinco anos de dificuldades e fechamentos de empreendimentos, 2,9 milhões de
trabalhadores perderam seus postos de trabalho. No ano de 2018, porém, houve
aumento de 0,9% no pessoal ocupado total em relação a 2017, mais 335,3 mil
pessoas.
O Cadastro Central de Empresas (Cempre) somava 4,4 milhões
de companhias ativas em 2018, com idade média de 11,6 anos. Essas empresas
ocupavam 38,7 milhões de pessoas, sendo 32,3 milhões (83,5%) como assalariadas
e 6,4 milhões (16,5%) de sócios ou proprietários. A massa salarial paga por
essas entidades totalizou R$ 1,1 trilhão, com um salário médio mensal de 2,7
salários mínimos, o equivalente a R$ 2.559,66.
A atividade de Comércio, reparação de veículos automotores e
motocicletas teve o maior saldo negativo de empresas no ano: -88,7 mil. Já o
setor de Saúde humana e serviços sociais registrou o saldo mais positivo: 23,8
mil companhias a mais.
Em 2018, taxa de sobrevivência das empresas foi de 84,1%: de
um total de 4,4 milhões de empresas ativas em 2017, cerca de 3,7 milhões
permaneceram ativas em 2018. A taxa de saída foi de 17,4%, superando a taxa de
entrada de 15,9%.
As maiores taxas de entrada ocorreram no Amazonas (22,1%),
Maranhão (20,5%) e Amapá (20,4%), enquanto as menores foram as do Rio Grande do
Sul (13,3%), Santa Catarina (14,1%) e Minas Gerais (14,9%).
As taxas de saída mais elevadas foram as do Amazonas
(21,6%), Pará (20,8%) e Distrito Federal (20,7%), e as menores taxas ocorreram
em Santa Catarina (13,4%), Rio Grande do Sul (15,5%), Paraná (15,9%) e Piauí
(15,9%).
O IBGE informou ainda que houve um aumento de 11,9% no
número de empresas empreendedoras em 2018, totalizando 22.732 companhias,
interrompendo cinco anos seguidos de quedas.
As empresas de alto crescimento, chamadas de empreendedoras,
são aquelas com pelo menos 10 empregados assalariados que aumentaram as
contratações acima de 20% ao ano por três anos.
Apesar da melhora em 2018, o número de empresas de alto crescimento no ano foi o terceiro menor da série. No início da série, em 2008, havia 30.954 empresas de alto crescimento. O melhor desempenho foi em 2012, com 35.206 empresas, e o menor, em 2017, com 20.306.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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