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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Sexta-Feira, 15 de Maio de 2020 às 11:45

ALGUMAS LIÇÕES A PARTIR DA PANDEMIA

Pe. Edvagner Tomaz da Cruz, Doutorando em Teologia Dogmática, Roma

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A nova pandemia, causada pelo coronavírus, deixou o mundo perplexo diante de sua fúria. Conforme disse o Papa Francisco, em sua oração de 27 de março de 2020, parece que o mundo está numa “noite escura”, atravessando essa “terrível tempestade”, como os discípulos, outrora no Evangelho (cf. Mc 4,35-40), em meio “um entardecer que ainda perdura”.

O mundo, para aqueles que vivem a compaixão, medita e chora o número espantoso de mortes, o colapso de diversos países, especialmente no que diz respeito ao Sistema de Saúde e organizações funerárias, e o pré-anuncio de temíveis crises econômicas, políticas e estruturais.

Alguns dizem que o mundo está vivendo uma grande transformação e não será mais o mesmo, indicando um grande momento de crise. Em situações e momentos de crise é salutar a capacidade de tirar lições, ter abertura para refletir e disposição para encontrar caminhos e ensinamentos novos.

Um primeiro aspecto a ser considerado é que o vírus veio desvelar a pequenez e a fragilidade dos seres humanos. Porém, o homem e a mulher, com sua pequenez e fragilidade, são preciosos para Deus. Ele não abandona o seu povo jamais. Cristo estava junto aos discípulos na barca agitada pela tempestade, como continua com a humanidade, hoje. É um momento em que a fé é provada.

Deixe-se questionar: este tempo de isolamento está servindo, realmente, para fazer silêncio interior e buscar a Deus? Está servindo para fazer uma oração de confiança, súplica e de compromisso com mudança e conversão de pensamentos e atitudes? Ou você está passando os dias em discussões vazias, ultrajadas de preconceitos e condenações, fortalecendo as divisões e partidarismos?

Outro aspecto a salientar é a solidariedade. Ainda que isolados em casa ou com saídas somente para o trabalho e manutenções essenciais, a sociedade é convidada a organizar-se. Para tal, o desabrochar da solidariedade verdadeira exige conversão e abertura ao outro. O outro é meu irmão e não meu rival.

O futuro neste momento, pode parecer de certo modo “revirado”, todavia, o ser humano é chamado a cultivar a esperança e a solidariedade. Atenção e cuidado de modo especial aos mais necessitados e vulneráveis. Isto, no passar dos dias desta pandemia, será mais uma lição para se viver: estou contribuindo para salvar vidas e para progredir no bem da sociedade?

A esperança conecta-se necessariamente a este momento, sem esperança não conseguimos caminhar. Como bem disse Frei Carlos Mesters em uma live, a esperança consiste em descobrir que a luz já tem raios que brilha entre nós.

Por sua vez, a solidariedade, afirmou o Papa Francisco, em sua Audiência de 25 de março de 2020, não é ideologia para o cristianismo, mas é uma realidade. Nesta situação, foi possível ver tantas pessoas gastando suas vidas para salvar de outras, exercendo um ministério do cuidado, do sacrifício, da doação material e apoio espiritual às famílias mais necessitadas, com doentes e falecidos.

Infelizmente, tem-se o risco, também afirmou o Pontífice, de “sermos golpeados por um vírus ainda pior, o do egoísmo e o da indiferença”. Como bem ensina a Palavra de Deus, “a comunidade era um só coração e uma só alma (...) e não haviam necessitados entre eles” (At 4,32-35).

Realmente, inicia-se uma fase de aprendizado como lidar com esta nova realidade gerada pelo vírus e como olhar de modo fraterno, amigável, responsável e solidário para o mundo e para as demais pessoas. De fato, a vida é um constante aprendizado, deixemos Cristo ser o nosso verdadeiro Mestre ao longo da nossa estrada.

Ouça a entrevista

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