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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Sexta-Feira, 08 de Maio de 2020 às 17:56

VIVA A ENFERMAGEM BRASILEIRA!

Juliano Fortunato Godoy de Souza, Enfermeiro, Diácono Católico da Diocese de Jales

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Assistimos nos últimos dias, manifestações de profissionais de enfermagem reivindicando melhores condições de trabalho, equipamentos de proteção individual, sofrendo por isso, agressões. Na praça dos três poderes em Brasília, no último 1° de Maio, os profissionais de enfermagem, em silêncio, com cruzes nas mãos, usando máscaras e jalecos brancos, traziam o grito de tantos e tantas que já morreram em serviço. Os manifestantes sofreram ofensas verbais e cusparada na face, reflexo de ódio, alienação e desrespeito.

 

Os profissionais de enfermagem lutam legitimamente pela garantia de seus direitos. No Brasil, eles são mais de 2,3 milhões que trabalham em situações de risco, muitos dos quais cuidando atualmente de pacientes acometidos pela COVID-19. Sua exposição a condições insalubres, leva muitos a adoecerem, inclusive psicologicamente, pelo stress excessivo. Eles não são remunerados adequadamente. Muitos trabalham em mais de um emprego, o que lhes causa exaustão. Muitos, agora, estão infectados pela COVID-19.

Ao longo de nossas vidas, todos passamos por atendimentos de enfermagem. Isso demonstra sua importância. Por isso, no dia 12 de maio, celebramos o Dia do Profissional de Enfermagem, manifestando nosso respeito e estima pela sua contribuição à sociedade. Esse dia merece ser ressaltado neste ano, declarado pela Organização Mundial da Saúde, Ano Internacional dos Profissionais de Enfermagem e Obstetrícia, em memória aos 200 anos de nascimento de Florence Nightingale, mãe da enfermagem.

A pandemia nos condiciona a “ficar em casa”. Mas, como fica a proteção de quem não tem casa, vive na rua ou em condições extremamente precárias, em favelas e cortiços, em situação de vulnerabilidade social? Essa situação revela a estrutura socioeconômica injusta de nosso país, marcado por enorme desigualdade social, marginalização de pessoas, falta moradia, desemprego e violência. Esses problemas se agravam, agora, com a pandemia, inadequadamente tratada pelo Estado, sobretudo na sua instância federal.

Em meio a todos esses problemas, o Sistema Único de Saúde demonstra seu valor, socorrendo sobretudo os mais vulneráveis. Por isso, os profissionais de enfermagem que lidam com o sofrimento humano diariamente, o defendem. O papel desses profissionais está sendo fundamental neste período de pandemia. Eles necessitam de reconhecimento e apoio da sociedade. Nesse sentido, as palavras da professora de enfermagem, Fátima de Souza, publicadas pelo Conselho Federal de Enfermagem, merecem destaque:

“A enfermagem nunca se afastará do seu compromisso com os valores da vida democrática. Cuspe na cara são apenas salivas do ódio, das bactérias, bacilos, vermes, vírus das doenças do fascismo, do atraso, do ultraconservadorismo e da ignorância atrevida. Contra esses, sangraremos até a última gota de sangue que corre em nossas veias. Temos mais a fazer, a exemplo de cuidar dos familiares destes que nos cospem. Viva os Jorges, as Karines, as Marias, Suderlans, os anônimos (as) e os(as) que virão. Viva a Enfermagem brasileira!”

Ouça a entrevista

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