Sou Padre Mário Roberto, Padre Diocesano, ordenado Presbítero
em 07 de dezembro de 1986. Nasci em 1961, um ano após ter sido criada a Diocese
de Jales, portanto, fui gestado no ventre de minha mãe no ano em que a Diocese
dava seus primeiros passos na sua implantação. Isso me faz lembrar a primeira
viajem feita por meus pais com destino a Santa Fé do Sul e devido a muita chuva
tiveram que pernoitar no município de Jales.
Em minha caminhada de Presbítero Diocesano, trabalhei no
Setor Fernandópolis atendendo os municípios de Macedônia e Guarani d’Oeste,
Fernandópolis e Meridiano. No Setor Pereira/Ilha Solteira, atendi Ilha Solteira
e Itapura. No Setor Santa Fé, atendi os municípios de Três Fronteiras e Santana
da Ponte Pensa. São 34 anos de serviço prestado a Igreja Diocesana.
Neste ano após reflexão do Conselho Diocesano, o Bispo me
designou como Administrador Paroquial da Paróquia São José Operário, em Jales.
Esta Paróquia contou por muito tempo com
o serviço missionário das Irmazinhas da Assunção e depois das Oblatas da
Assunção. Vale destacar, que as irmãs com o apoio do padre José Janssen e padre
Guiliano Tedesco, tiveram a sensibilidade de perceber o crescimento rápido das periferias
e o surgimento de novos bairros na década de 70 e intensificaram a organização
social e eclesial do território que compõe a paróquia, que completou 50 anos em
meio à pandemia da Covid-19.
É muito significativo a paróquia ter sido confiada ao patrocínio
de São José Operário. Por isso, Deus já esta presente neste território. José,
homem fiel, cuidador, homem que agiu no silêncio, na obediência à missão
recebida de Deus, para colaborar com a Graça da Salvação, cumprindo a missão
que lhe foi confiada. Homem trabalhador até chamado de carpinteiro nas Sagrada
Escritura.
Minha chegada se dá em um tempo importante no ciclo do Ano
Litúrgico o Advento, do Latim (Adventus: Chegada), que nos faz refletir a espera
não passiva, mas comprometedora, nos faz pensar na Vigilância ao reino de Deus,
nos implicando na construção da Paz e na defesa da Vida.
Advento é um tempo de esperança em Deus, que vem a nós na forma
frágil de uma criança vinda ao mundo por Maria e sob os cuidados de José seu
pai “adotivo”, guardador da Sagrada Família em tempos difíceis, cruel pela
violência de Herodes contra os pequenos, indefesos e pobres.
O tempo do Advento deve renovar o nosso compromisso com o
próximo, nos colocando a serviço como Cuidadores da Vida, tendo sempre a
sensibilidade para com os mais vulneráveis, sobretudo em tempos de Covid-19.
A Igreja no Brasil, por meio da CNBB, nos convoca a olhar mais
longe com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC) e o Centro Ecumênico
de Serviço à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), que irão assessorar a Campanha
Ecumênica da Fraternidade. O tema proposto será Fraternidade e Diálogo - Compromisso
de amor. Com o lema, Cristo é a nossa Paz: do que era dividido, fez uma unidade
(Ef. 2, 14).
Portanto, será necessário refletir no ano que vêm sobre
tantas formas de polarização, agressões e violência e com isso trilharemos um
caminho de compromisso com o diálogo, criando pontes em vez de muros que geram
indiferença e ódio cumprindo um mandato inegável do Evangelho. E assim com a
palavra de Deus na mão e no coração e com nosso testemunho cotidiano afirmamos
“que as diferenças nos enriqueçam ao invés de nos ameaçar”.