Inicia-se o ano de 2018, este se apresenta cheio de desafios que vão requerer grandes decisões para o mundo e para nosso país. No mundo transparece uma necessidade de paz e solidariedade entre os seres humanos. Há muitas pessoas sufocadas por meios de comunicação que induzem a uma vida de fechamento e isolamento, que criam escravos da tecnologia a tal ponto de não mais viverem um relacionamento no qual prevalece o contato fraterno.
É urgente fazer crescer o espírito de fraternidade e amizade entre as pessoas que leve as crianças, adolescentes e jovens a desejarem viver uma realidade de paz e harmonia. Para isso, é preciso trabalhar melhor a educação e motivar a vivência familiar em vista de uma transformação cultural.
A falta de convivência familiar sadia faz crescer a violência no mundo do trabalho, da política, a degradação ambiental, a intolerância com os migrantes que buscam paz longe de suas terras. Esta realidade gera fome, miséria e guerra, o que torna urgente a busca do diálogo no âmbito da comunidade internacional e integração social que inclua os mais fracos e pobres de nossa “casa comum”.
No Brasil, a população precisa ficar atenta para averiguar e questionar quem verdadeiramente terá condições de ser governantes, analisar cada candidato com prudência, não tendo ingenuidade de acreditar em belos discursos; conhecer melhor suas procedências, seus pensamentos ideológicos e se os mesmos respeitam a participação ativa da população na política.
É importante salientar que uma autoridade política precisa ter como vocação o bem comum. Esta deve superar as vontades perigosas do poder que tende a dominar e manipular a população para seus próprios interesses ou de um pequeno grupo de pessoas. Assim, se faz necessário que em 2018 surja uma política em que as pessoas tenham não só deveres, mas direitos de questionar e participar ativamente das decisões que dizem respeito a todos.
Por fim, dentro de um planejamento pessoal e comunitário, é preciso que se tenha um espírito de organização e comunhão, traçando metas voltadas para o interesse de todos e delinear meios para que, à luz do Evangelho de Cristo, traga a cada pessoa a perspectiva de vida e esperança. Não se pode calar e conformar com situações desumanas que insistem aparecer diante de nossas retinas. A solidariedade, a misericórdia e o amor precisam transpassar o coração dos seres humanos a ponto de não se deixarem corromper por qualquer motivo.
Diz o mestre Jesus: “Todas as vezes que vocês fizerem isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeram” (Mc 25,40). Que o coração humano não seja vazio de sonhos, mas que tenha a utopia carregada de realizações mútuas em vista da construção de um mundo mais irmão.