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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Sexta-Feira, 13 de Novembro de 2020 às 17:38

SEMANA DA SOLIDARIEDADE E JORNADA MUNDIAL DOS POBRES

Pe. Eduardo Lima, Paróquia Santo Expedito – Fernandópolis

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“A vida ensinou-me que ninguém é consolado, sem que tenha primeiro consolado outros;  que nada recebemos, sem que primeiro tenhamos dado.” GEORGES BERNANOS

A filósofa Simone Weil escreveu que a sociedade tal qual ela a conhecia, estava dominada por um vazio de consumo excessivo, desigualdade social e produção acelerada. Razões que eliminariam a possibilidade do conectar das pessoas, impedindo-as de se enraizarem na participação comunitária, retirando do homem a possibilidade do vínculo. A pensadora francesa que viveu em uma época marcada pelas duas Grandes Guerras, encontrou caminho pessoal convivendo no trabalho, com as lutas, esperanças e dores de operários em situações precárias. Simone é exemplo de compromisso com os marginalizados, uma vida dedicada à busca pela justiça. Esse intenso sentimento de solidariedade a conduziram às portas da fé cristã, um caminho para a união com Deus.

Na intenção de animar e estimular a vivência da cultura da solidariedade, considerando a importância do outro, Papa Francisco na conclusão do ano da Misericórdia em 2016, instituiu o dia Mundial dos Pobres. A pedido do Papa, comunidades organizam uma semana de ações solidárias – a Semana da Solidariedade. A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil incumbiu a Cáritas Brasileira de responsabilizar-se pelos eventos simultâneos que acontecem durante o mês de novembro: a Semana da Solidariedade e a Jornada Mundial dos Pobres.

Nossa sociedade está submetida à constantes acontecimentos de ordem natural que nos impõe uma importante reflexão. Tempos difíceis despontaram com a chegada da pandemia da COVID-19, causando surpresa e deixando toda a população mundial em crise. Porém, há a realidade que desafia todo nosso mundo, a pobreza e a marginalização. Trata-se de uma questão sócio-política e ética (justiça social), mas também e mais profundamente, uma questão espiritual, envolvendo nosso relacionamento com Deus. É a centralidade dos pobres na Igreja.

A pobreza é a característica mais determinada, flagrante e escandalosa de nossa sociedade. Em primeiro lugar, pela escala e proporção: milhões de pessoas vivem em condições subumanas e carecem das condições materiais básicas de sobrevivência. E não é um fenômeno natural, não é o resultado de um acidente ou destino, mas o resultado de escolhas políticas e econômicas, e o resultado natural da acumulação de riquezas ou acumulação de bens. E esta é uma característica da maioria das sociedades como a conhecemos.

Utilizando dado estatístico para ilustrar uma situação chocante: 1% da população tem mais riqueza do que os 99% restante! Mas pobreza e marginalização tem histórias e rostos por trás dos números, como listados nas Conferências dos Bispos da América Latina: camponeses, indígenas, negros, mulheres, população em situação de rua, desempregados e subempregados, moradores de favelas e periferias, vítimas do tráfico, mães desesperadas, jovens pobres e negros, migrantes, população LGBT.

A Diocese de Jales tem ações de apoio aos indivíduos mais vulneráveis e oportunamente vêm fomentar, as relações de força do vínculo comunitário. Mobiliza solidariamente suas paróquias, comunidades, grupos, pastorais, voluntários para o desenvolvimento de atos concretos, para atender a demanda de cada local. Foram realizadas atividades mobilizadoras para a Jornada Mundial dos Pobres de 08 a 15 de novembro, como encontros, celebrações, entrevistas e lives.

A solidariedade é um exercício de cidadania, de reconhecimento do outro e de fé cristã!

Ouça a entrevista

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COMPROMETIDOS COM A PÁSCOA DE JESUS

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Diego Dovidio dos Santos, Seminarista do 3º ano de Teologia, Estágio Pastoral na Paróquia de São João Batista em Santa Fé do Sul

O CÓDIGO DA CEIA

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Pe. João Luiz Palata Viola, OSB