“Dizem que mulher é o sexo frágil. Mas que mentira absurda! Sou forte
mais não chego aos teus pés”, assim diz a música de Erasmo Carlos. No dia 8 de
março, dia Internacional da Mulher, muitas são presenteadas e homenageadas com
flores, joias, perfumes e até músicas. Tentam ocultar o conteúdo subversivo do
significado desse dia, que é questionar o patriarcado; sistema político que
coloca homens em situação de poder, ou seja, o poder pertence aos homens.
A cada 8 de março, as mulheres trazem à
tona questionamentos sobre a hipocrisia em torno das
homenagens recebidas. O gênero feminino é o principal alvo da violência, desigualdade,
preconceito, desvalorização e desrespeito. A história das mulheres esteve
marcada pela submissão.
Nesse dia, ocorrem conferências e
eventos dedicados aos temas da igualdade de gênero, violência contra a mulher,
conquistas e histórias de muitas lutas. Demandar condições dignas de trabalho e
direitos trabalhistas está na origem das lutas das mulheres. Apenas em 1919 que
a equidade salarial se tornou uma preocupação mundial.
Naquele ano, a Organização Internacional
do Trabalho (OIT) aprovou uma resolução que exige salários iguais para homens e
mulheres na mesma função. Até hoje, porém, a igualdade de fato não foi obtida.
Segundo o IBGE, a remuneração de mulheres no Brasil equivale, em média, a 76%
da dos homens na mesma função.
Uma das lutas de maior significado para
as mulheres foi pelo direito ao voto. No Brasil, esse direito só foi garantido
pela Constituição de 1932, após uma luta de mais de 10 anos liderada pela
bióloga Bertha Lutz.
As mulheres tiveram suas primeiras
vitórias na luta por acesso à Educação no século 19. No Brasil, as meninas
conquistaram o direito de estudar além do primário (atual Ensino Fundamental 1)
em 1827. Em 1879, elas ganharam finalmente o direito de cursar uma faculdade.
O acesso à Educação é um dos principais
recursos para emancipação das mulheres, antes postergadas à esfera doméstica. A
partir de 1970 as mulheres adquiriram aos poucos algumas liberdades
civis. Em 1962, o Estatuto da Mulher Casada alterou mais de 10 artigos do
código civil vigente. A nova lei retirou a obrigatoriedade de autorização do
marido para trabalhar, concedeu direito à herança, de requerimento da guarda
dos filhos e estendeu às mulheres o poder familiar. Isso significou o mesmo
peso dentro da estrutura familiar e isentou as esposas da tutela dos maridos.
A luta pelo fim da violência contra as
mulheres ganhou força no Brasil a partir dos anos 1980, resultando na criação,
em 1985, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). Em 2006, foi
criada a Lei Maria da Penha um importante marco por dar auxílio às mulheres
para denunciar agressores.
Jesus Cristo aparece, pela primeira vez
após sua morte, para Maria e suas amigas. “Jesus foi ao encontro delas, e disse:
“Alegrem-se!” As mulheres se aproximaram, e se ajoelharam diante de Jesus,
abraçando seus pés” (Mt28,9). Jesus tinha 11 discípulos para procurar depois do
milagre da ressurreição ou aparecer em praça pública. Porém, escolheu aparecer
às mulheres, mostrando o valor que possuem e o zelo que tem por cada uma. Se
Jesus valorizou, cuidou, respeitou a mulher, porque os homens têm dificuldade
de seguir seu exemplo?