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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Sexta-Feira, 11 de Março de 2022 às 07:42

O “SER” MULHER

Marijara Aparecida Neves Paulino, Agente Pastoral da Diocese de Jales, Assistente Social

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“Dizem que mulher é o sexo frágil. Mas que mentira absurda! Sou forte mais não chego aos teus pés”, assim diz a música de Erasmo Carlos. No dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, muitas são presenteadas e homenageadas com flores, joias, perfumes e até músicas. Tentam ocultar o conteúdo subversivo do significado desse dia, que é questionar o patriarcado; sistema político que coloca homens em situação de poder, ou seja, o poder pertence aos homens.

 

A cada 8 de março, as mulheres trazem à tona questionamentos sobre a hipocrisia em torno das homenagens recebidas. O gênero feminino é o principal alvo da violência, desigualdade, preconceito, desvalorização e desrespeito. A história das mulheres esteve marcada pela submissão.

Nesse dia, ocorrem conferências e eventos dedicados aos temas da igualdade de gênero, violência contra a mulher, conquistas e histórias de muitas lutas. Demandar condições dignas de trabalho e direitos trabalhistas está na origem das lutas das mulheres. Apenas em 1919 que a equidade salarial se tornou uma preocupação mundial.

Naquele ano, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou uma resolução que exige salários iguais para homens e mulheres na mesma função. Até hoje, porém, a igualdade de fato não foi obtida. Segundo o IBGE, a remuneração de mulheres no Brasil equivale, em média, a 76% da dos homens na mesma função.

Uma das lutas de maior significado para as mulheres foi pelo direito ao voto. No Brasil, esse direito só foi garantido pela Constituição de 1932, após uma luta de mais de 10 anos liderada pela bióloga Bertha Lutz.

As mulheres tiveram suas primeiras vitórias na luta por acesso à Educação no século 19. No Brasil, as meninas conquistaram o direito de estudar além do primário (atual Ensino Fundamental 1) em 1827. Em 1879, elas ganharam finalmente o direito de cursar uma faculdade.

O acesso à Educação é um dos principais recursos para emancipação das mulheres, antes postergadas à esfera doméstica. A partir de 1970 as mulheres adquiriram aos poucos algumas liberdades civis. Em 1962, o Estatuto da Mulher Casada alterou mais de 10 artigos do código civil vigente. A nova lei retirou a obrigatoriedade de autorização do marido para trabalhar, concedeu direito à herança, de requerimento da guarda dos filhos e estendeu às mulheres o poder familiar. Isso significou o mesmo peso dentro da estrutura familiar e isentou as esposas da tutela dos maridos.

A luta pelo fim da violência contra as mulheres ganhou força no Brasil a partir dos anos 1980, resultando na criação, em 1985, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). Em 2006, foi criada a Lei Maria da Penha um importante marco por dar auxílio às mulheres para denunciar agressores.

Jesus Cristo aparece, pela primeira vez após sua morte, para Maria e suas amigas. “Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrem-se!” As mulheres se aproximaram, e se ajoelharam diante de Jesus, abraçando seus pés” (Mt28,9). Jesus tinha 11 discípulos para procurar depois do milagre da ressurreição ou aparecer em praça pública. Porém, escolheu aparecer às mulheres, mostrando o valor que possuem e o zelo que tem por cada uma. Se Jesus valorizou, cuidou, respeitou a mulher, porque os homens têm dificuldade de seguir seu exemplo?

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COMPROMETIDOS COM A PÁSCOA DE JESUS

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Diego Dovidio dos Santos, Seminarista do 3º ano de Teologia, Estágio Pastoral na Paróquia de São João Batista em Santa Fé do Sul

O CÓDIGO DA CEIA

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Pe. João Luiz Palata Viola, OSB