O protagonismo da mulher é um sinal de esperança à vida, para todas as pessoas de boa vontade que buscam viver o bem comum. Santa Rita de Cássia é um testemunho deste protagonismo de esperança e de doação como, mãe, filha, esposa, religiosa e leiga atuante na Igreja e na sociedade. Temente a Deus, ela foi uma mulher de coragem, destemida e com um generoso amor ao próximo.
Rita de Cássia foi o testemunho de uma vivência concreta do
amor, a busca pela promoção e dignidade humana. Seu exemplo nos mostra o
protagonismo da mulher na Igreja, reafirma o compromisso feminino na sociedade
como uma missão constante de educação, de responsabilidade, como as pessoas que
buscam em Deus uma vida mais digna. Nos inspira a reagirmos contra a situação
de pobreza, de violência, de corrupção e da desigualdade social. Em tempo de
pandemia, nos ensina a ser instrumentos de paz, de justiça, de luta pela
verdade e pela saúde para que “todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo
10,10).
A mulher, desde o nascimento do cristianismo, sempre
apresentou um importante papel na Igreja, tendo sua missão iniciada com o
batismo. Podemos também destacar claramente a presença da mulher na Sagrada
Escritura, no Antigo e no Novo Testamento, sempre com um olhar diferente da
realidade, enxergando a presença de Deus.
Na época de Rita de Cássia (1381 – 1457), a mulher vivia uma
realidade difícil e desafiadora. Rita casou-se por obediência aos seus pais,
mesmo contra a sua vontade, mas manteve-se fiel, paciente, humilde e sempre
acreditou na divina providência. Depois de viúva e já com seus dois filhos
falecidos, entregues a Deus, ela se doou com amor à vida religiosa.
A exemplo de muitas mulheres que dão seu testemunho, Rita de
Cássia abraçou a cruz com amor, recebendo do próprio Cristo na cruz um dos
espinhos que cravou em sua fronte, um estigma, que se tornou um compromisso de
sofrimento e amor para com os irmãos e irmãs que sofrem. Santa das causas
impossíveis intercede a Deus por nós, principalmente do sofrimento causado pela
COVID-19.
A vida cristã mostra que as mulheres são fundamentais, pois
transmitem a fé, a exemplo de Santa Rita e como Maria, a mãe de Jesus “Jesus
quis ter uma mãe: até o dom da fé passa pelas mulheres, como Jesus por Maria”
(Papa Francisco).
Trazendo para os dias atuais, as mulheres são corajosas e
dotadas de uma imensa força, todos os dias dão a alegria, valorizam a vida de
sua família servindo a Igreja e a sociedade. A mulher é portadora da harmonia
que nos ensina a amar com ternura o irmão e a irmã, fazendo deste mundo um
lugar melhor. É preciso respeitar a dignidade e o serviço das mulheres, na
família, na sociedade, no trabalho, na política, na Igreja, enfim, servindo sem
a submissão da servidão. Sua missão e vocação é o serviço, em amor, gratuidade
e dedicação, buscando sempre seu espaço na Igreja e na sociedade.
O protagonismo da mulher está na escuta, na presença, na
participação, tendo voz e vez. Não apenas como um agente passivo na sociedade,
mas sim, como sujeito nas transformações sociais, nas ações e atitudes,
promotoras da paz e da justiça, mostrando que a religião aproxima a humanidade
de Deus de forma mais solidária, fraterna e justa.