“Ritmo de liberação de agrotóxicos em 2019 é o maior já registrado”. Quando vemos notícias como esta, publicada em 26 de maio de 2019, pelo g1.globo.com, os sentimentos de preocupação e revolta nos invadem. Devemos, pois, nos perguntar: qual é nossa responsabilidade e o que fazer diante desse problema grandioso?
Primeiramente, precisamos nos conscientizar de que é dever de todos cuidar do ambiente em que vivemos. Nos tempos atuais, é nosso dever estar atentos, sobretudo para os riscos gigantescos que todo tipo de agrotóxico traz para o solo, a fauna, a flora, ou seja, a biodiversidade e, enfim, a vida humana.
Esse problema se manifesta de modo particular, em cada região do país. No Noroeste Paulista, por exemplo, composto por pequenos agricultores e grandes empresas de produção de álcool e açúcar, o uso ostensivo dos agrotóxicos está sendo fatal até mesmo para os pequenos insetos. Nessa região, como em tantas outras do país, a extinção das abelhas, está comprometendo o ciclo produtivo da agricultura.
Devemos manifestar nossa preocupação e indignação, e cobrar providências do poder público, denunciando-o quando necessário. A solução a esse problema se torna urgente, exigindo de nós uma postura ativa imediata, pois o executivo federal sinaliza que continuará concedendo incentivos fiscais à produção e à comercialização de agroquímicos.
Não podemos ficar estagnados, olhando o poder executivo, aliado aos grandes poderes econômicos do agronegócio, se mostrar favorável à flexibilização do uso desses produtos muito perigosos. A união e a mobilização de entidades, ONGs, sindicatos e Igrejas diante desse perigo que está até mesmo sobre nossas cabeças pela pulverização por aviões, são extremamente necessárias. Há grandes mudanças a serem feitas.
Podemos fazer mudanças, também, desde as situações quotidianas, nas quais estamos inseridos, por meio de reuniões nos bairros e do setor empresarial, bem como pastorais e movimentos de Igreja. Despertemos nossa consciência sobre a importância do que é orgânico e reciclável e tomemos iniciativas! Não utilizar ou evitar o uso exagerado do copo descartável, por exemplo, contribui para a diminuição do volume de lixo não degradável.
Pequenas atitudes fazem a diferença. Desta forma, vamos conscientizando e mudando a realidade em que estamos inseridos. Essa mudança deve chegar às grandes corporações, frente às quais o poder público deve atuar. O sistema neoliberal favorece as grandes corporações interessadas exclusivamente no acúmulo de capital, em detrimento do principal que é a qualidade de vida.
O próprio Cristo veio para dar vida em abundância (cf. Jo 10,10). Essa vida é valiosa demais. Não a deixemos ser destruída. Até quando, então, vamos concordar com tudo que destrói o meio ambiente? Não podemos ficar passivos diante dessa situação. Necessitamos refletir, sair do comodismo e agir. Afinal, nossa vida e do meio ambiente pedem proteção.