Chega ao seu final o ano 2019. Como será ele lembrado na
história? Alguns anos passam em branco,
sem registrarem nenhuma efeméride especial. Outros ficam vinculados a acontecimentos
que tiveram desdobramentos significativos.
Para sentir-nos um pouco mais ligados à história, vamos selecionar alguns fatos, cuja data traz o final 9.
Na história do Brasil podemos ficar com o ano de 1889. No dia 15 de novembro daquele ano foi proclamada a República, passando o País a se denominar República Federativa do Brasil.
Um outro 9, mais próximo a nós, 1939, leva a marca do maior conflito vivido pela humanidade, sobretudo na Europa. No dia primeiro de setembro daquele ano de 1939, o exército alemão invadiu a Polônia, desencadeando a segunda guerra mundial.
O ano de 1969 merece um registro especial: pela primeira vez na história o homem chegava na lua. Neil Armstron, guiando a nave espacial Apolo 11,descia na lua e de lá voltava, numa façanha que ainda deixa muita gente incrédula, achando que tudo foi uma encenação dos americanos. Na verdade, o programa espacial foi o carro-chefe de todo a evolução tecnológica posterior.
Outro evento importante, verificado em 1989, foi a queda do muro de Berlim, símbolo do surpreendente desmoronamento da União Soviética. O fato detonador de todo o processo de queda dos governos comunistas da Europa Oriental, se verificou na Polônia no mês de agosto de 1989.
Até a Diocese de Jales poderia reivindicar um lugar na ladainha dos nove: ela foi criada em 1959!
Restringindo agora o nosso olhar a este ano de 2.019, que estamos concluindo, e situando os acontecimentos na perspectiva da realidade de nosso País, dentro do contexto global, que lembranças podemos guardar deste ano?
Em todo o caso, o despertar da consciência ecológica merece destaque. Foi surpreendente o interesse mundial, suscitado por um simples evento interno da Igreja, o sínodo sobre a Amazônia. A Igreja já tinha feito tantos sínodos, mas nenhum deles chamou a atenção como desta vez.
Foi uma estratégia bem sucedida do Papa Francisco. Com um sínodo sobe a “pan-amazonia”, vinculou um fato singular com uma causa universal. Assim ficou evidenciado, com mais clareza, que todos habitamos uma “casa comum”, nosso planeta terra, que todos devemos cuidar, pois tudo está interligado.
Já seria uma boa herança, se o ano de 2019 levantasse com clareza a bandeira da causa ecológica.
Outra realidade que fica registrada na conta deste ano, foram as sucessivas crises políticas dos países da América Latina. Quase todos passaram e anda estão passando por dificuldades , que agravam a situação do povo, com o aumento do desemprego, e sem perspectivas de solução a curto prazo.
A diversidade de países que passam pela mesma crise, sinaliza que ela é mais profunda e mais ampla. É todo o sistema econômico mundial que deveria passar por profundas reformas.
Permanecem as atitudes desumanas, adotadas contra migrantes que fogem de países em guerra, na Africa, na América Central e no Oriente médio. O campeão desta intolerância é o atual presidente dos Estados Unidos. Para barrar a entrada de migrantes, mandou construir um muro ao longo de toda a fronteira entre os Estados Unidos e o México. O Papa Francisco logo flagrou o equívoco desta iniciativa americana, advertindo que o mundo está precisando de pontes para unir e não de muros para separar.
Assim passou o ano de 2019, sem grandes lances positivos. De maneira realista, passamos para o novo ano com mais apreensões do que esperanças.