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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Sexta-Feira, 05 de Fevereiro de 2021 às 11:34

LUTAR POR UMA HUMANIDADE LIBERTA

Pe. Antônio de Jesus Sardinha, Vigário Geral da Diocese de Jales e Assistente Social

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Nos últimos quatro anos, algumas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) do município de Jales, diante da crise econômica e dos poucos recursos recebidos dos órgãos públicos municipal, estadual e federal, até pensaram em fechar as portas. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o município dedica à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania 3,42% (R$ 5.945.240,00) para este ano. Nas últimas três Conferências Municipais da Assistência Social, os participantes indicaram a urgência de que o Orçamento Municipal fosse dez por cento para essa Secretaria. No entanto, diminuiu em vez de aumentar gradativamente.

As OSCs de Jales, nesses anos passados, têm recebido verbas muito abaixo de suas demandas. Por isso, suas diretorias planejaram eventos diversos em vista de cumprir suas obrigações. Dessa forma, os comerciantes e cidadãos receberam frequentemente as visitas das OSCs que lhes ofereciam carnês, almoços, pizzas, ao ponto de a comunidade se sentir incomodada com tantas promoções. Neste ano, há expectativa de que as verbas municipais para as OSCs sejam maiores. Ainda aguardam o duodécimo aprovado pela Câmara Municipal em dezembro de 2019. Da verba estadual, deve ser celebrado o Termo aditivo. Da esfera federal, nenhum sinal, a não ser que algum deputado destine uma emenda parlamentar.

Estamos de eleições em eleições confiando na escolha de pessoas que façam uma gestão que atenda às necessidades da classe trabalhadora, corrigindo as estruturas de corrupção, melhorando o atendimento da saúde, investindo na moradia popular, apoiando propostas de geração de emprego, oferecendo serviços socioeducativos e serviços de convivência e fortalecimento de vínculos em função de diminuir o sofrimento das famílias pobres. Esperamos lideranças que venham lutar por essas causas.

Essa realidade social pode ser iluminada pelo livro bíblico de Jó, capítulo 7, o qual apresenta a sua oração, marcada por angústia e desespero, percebendo que ninguém vive apenas de alegrias e satisfações, constatando que o mal não vem de Deus e que a luta é inerente à existência humana. Jó tem consciência de que Deus se faz ternura, socorro e lhe devolve a esperança. A dor dos que sofrem como Jó aguarda por uma resposta de acolhida solidária. Neste tempo de pandemia, cresceu a consciência de que a vida é tão curta, por isso convém ater-se no que é essencial. O Mestre Jesus nos ensina o amor que é solidariedade, serviço. A propósito, na liturgia deste domingo, Jesus realiza a cura da sogra de Pedro, a qual compreende o sentido da vida, a missão de colocar-se a serviço dos outros (Mc 1,29-39).

A Igreja, nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, documento 102, nº 68, diz que há "urgência na formação e apoio aos cristãos leigos e leigas para que atuem nos movimentos sociais, conselhos de políticas públicas, associações de moradores, sindicatos, partidos políticos e outras entidades, sempre iluminados pelo Ensino Social da Igreja". O Papa Francisco afirma que a "política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum" (EG,n.205). O Papa convida cada cristão, suas Comunidades e políticos a serem instrumentos de Deus a serviço da libertação dos sofrimentos dos pobres. A Igreja exorta que todos se coloquem a lutar por uma humanidade liberta das dominações, opressões e privilégios, comprometidos com as causas das famílias pobres, solidários com as entidades sociais e apoiando pela destinação das verbas justas e necessárias.

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