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Editorial da Semana

Editorial da Semana - Diocese de Jales

Terça-Feira, 08 de Agosto de 2023 às 15:30

INSEGURANÇA ALIMENTAR: VENDER O ALMOÇO PARA COMPRAR A JANTA!

Vitor Inácio Fernandes da Silva, Assessor de Comunicação da Diocese de Jales e Jornalista das Rádios Assunção e Regional FM

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Foi divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo em 2022, com informações de várias agências envolvidas nesta área. No Brasil houve um salto expressivo que agravou a situação. Sofrem com a falta do alimento 70,3 milhões de pessoas que passam por insegurança alimentar moderada ou severa. Os dados foram coletados entre os anos de 2020 a 2021.

É preciso entender os conceitos apresentados de insegurança alimentar modera e grave. Ocorre a insegurança alimentar moderada quando as pessoas não têm certeza se vão ter alimentos para realizar todas as refeições no dia, com isso são forçadas a diminuir a quantidade e a qualidade dos alimentos consumidos. Isso ocorre principalmente quando falta o dinheiro ou recurso para que se possa adquirir o alimento. 

Em uma situação de insegurança alimentar grave acontece quando as pessoas ficam sem comida, sem opção nenhuma para a refeição e passam fome, isto pode ocorrer por dias. Segundo os dados apresentados pelo relatório, o Brasil passou de 4 milhões de pessoas nesta categoria entre 2014 e 2016, que representava 1,9% da população, para 21 milhões de pessoas em 2020 a 2022, atingindo 9,9%. Sempre ouvimos que nosso país conta com dimensões continentais pelo tamanho de seu território e população, atualmente passando fome aqui temos duas vezes a população de Portugal.    

As informações revelaram que a taxa de insegurança alimentar moderada ou severa no país teve uma alta inda maior, passando de 18,3% para 32,8%. O Brasil contabilizava no relatório anterior 37 milhões de pessoas nesta situação há quase dez anos, agora a insegurança chega a 70,3 milhões de brasileiros.

Durante a 2ª Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional de Jales, realizada no mês de julho, a assistente social e coordenadora do CRAS, Nilcemara Rossini, enfatizou que o ditado popular “vender o almoço para comprar a janta”, por mais triste que seja é a realidade de mais de 70 milhões de pessoas hoje em nosso país.

Muitas iniciativas estão sendo realizadas para enfrentar esta situação, as próprias Conferências de Segurança Alimentar e Nutricional que estão sendo realizadas, são importantes para serem promovidos diagnósticos locais e propostas com a participação social que podem chegar aos governos, municipal, estadual e federal.

A Igreja no Brasil alertou para o cenário da fome com a Campanha da Fraternidade 2023, que teve como lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Na Diocese de Jales a 39ª Romaria Diocesana conta com o tema “Cristo nos alimenta para a vida plena”, fazendo eco com a temática e propondo a estruturação dos Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional nos 45 municípios de seu território.

Que exista o compromisso com o combate as causa da fome, que todos os brasileiros tenham seus direitos respeitados e preservados. Que possamos acompanhar e cobrar a promoção de política pública comprometidas com o respeito e a dignidade humana, com a alimentação de qualidade, que proporcione saúde e vida.    

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