Em 2020, o mundo enfrenta o Coronavírus e as perturbações que
ele traz, seja a perda de um ente querido, a perda de um emprego, adiamento de
projetos pessoais. Palavras como: medo, incerteza, crise, isolamento, ganham as
manchetes mundiais. Órgãos internacionais afirmam que se trata de uma pandemia.
Pouco tempo, vemos o mundo mergulhar na histeria diante de uma crise sanitária
e econômica sem precedentes. Disseminação parece não ter fim, milhares de
óbitos são confirmados diariamente. Somos orientados a ficar em casa.
Quando podíamos imaginar que seriam canceladas missas, cultos
presenciais e pedir para os fiéis rezar de casa. O próprio Papa Francisco
convocou os sacerdotes a deixarem-se guiar pelo Espírito Santo para que não
lhes faltasse discernimento e não deixassem sozinho o povo de Deus, mas que a
Igreja pudesse ser suficientemente zelosa e se fazer presente na vida de cada
cristão.
Os meios de comunicação nunca foram tão valorizados. A
mensagem que o Papa Francisco nos enviou para o dia mundial das comunicações,
fortalecia a ideia de que a vida se faz história, “para que possas contar e
fixar na memória” (Ex10,2). Fazendo exatamente referência da importância de
respirar a verdade das histórias boas, histórias que edifiquem, e não que
destruam, histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para
prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos
necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que
nos habita, uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com
ternura, refletia o Papa.
É de praxe, em muitas residências, que as pessoas ouçam a
missa pelo rádio ou a assistam pela televisão, sobretudo aquelas mais idosas e
impossibilitadas de sair de casa. Não tenho dúvida alguma de que elas se
beneficiam desses momentos de oração e, de algum modo, alimentam a sua fé.
Outro grande sinal, no dia 27 de março, na Praça São Pedro,
no Vaticano, Papa Francisco nos fortaleceu com sua bênção. Naquele momento
percebemos, como Deus acolhe a todos principalmente nos momentos de crise de
dor. Todos sentiram acolhidos e fortalecidos pelo gesto do Papa. Através do
grande sinal da bênção concedida pela Eucaristia, no Santíssimo Sacramento. A
Eucaristia é o sacramento da comunhão e da unidade. Esse ano, no dia 11 de
junho, a procissão de Corpus Christi nas ruas de nossas cidades, ato celebrado
desde século XIII, vem para lembrar a caminhada do povo de Deus, peregrino, em
busca da Terra Prometida. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi
alimentado com maná, no deserto. Com a instituição da eucaristia o povo é
alimentado com o próprio corpo de Cristo. Que este grande sinal, conforte nossa
fé, sustente nossa vida de oração e nos torne mais humanos e sensíveis, unidos
como irmãos, pois juntos somos mais fortes.