ESPIRITUALIDADE
QUARESMAL
Pe. Igor Kawakame
Rathlef
Administrador paroquial da Paróquia Santo Expedito
Vivemos, deste a Quarta-feira de Cinzas até a tarde da Quinta-feira
Santa, a Quaresma. Tempo em que o Senhor reabre para a Igreja a estrada do
Êxodo, para que ela, aos pés da montanha sagrada, humildemente tome consciência
de sua vocação de povo da Aliança, convocado para louvar o Senhor, escutar a
sua palavra e experimentar os seus prodígios (cf. Prefácio da Quaresma V).
Neste tempo sacrossanto, sobretudo, somos chamamos a buscar a santidade por
meio do jejum, da oração e da caridade.
O Jejum é um olhar mais atento para a nossa intimidade,
nossas potencialidades e nossas fraquezas humanas. O não alimentar-se e sentir
fome no corpo, nos lembra que nosso espírito tem fome e sede de Deus. Pelo
jejum quaresmal, o Senhor corrige nossos vícios, eleva nosso espírito e nos dá
força e recompensa (cf. Prefácio da Quaresma IV). Aquilo que nos abstemos
durante este tempo, deve ser partilhado com os irmãos e irmãs que passam por
necessidades.
A oração é um diálogo filial com o Senhor, que nos escuta
com ouvidos atentos e coração transbordante de amor. Em todo tempo,
especialmente durante a Quaresma, o Senhor estabelece à Igreja um tempo
privilegiado de salvação, para que seus filhos e filhas, livres de afetos
desordenados, recuperem a pureza de coração, e, usando as coisas que passam,
dediquem-se mais às que não passam (Cf. Prefácio da Quaresma II).
A caridade, por sua vez, deseja harmonizar as nossas
relações humanas. Através das obras de caridade, do diálogo, do saber
colocar-se no lugar do outro, do respeito e do perdão, com Jesus, morremos para
o pecado e ressurgimos para uma vida nova. Partilhando um pouquinho de nós com
os necessitados, somos imitadores da bondade divina (Cf. Prefácio da Quaresma
III).
Todos os anos, o Senhor concede aos seus fiéis, a graça
de se prepararem para os sacramentos pascais, na alegria de um coração
purificado, para que, ao dedicar-se mais intensamente à oração e às obras de
caridade e celebrando os mistérios pelos quais renasceram, alcancem a plenitude
da filiação divina (Cf. Prefácio da Quaresma I).
Por fim, a Quaresma nos levará à Santa Ceia, aos pés da
Cruz e ao Jardim da Ressureição. Pois sabemos que já se aproximam os dias da paixão
salvadora e da gloriosa Ressureição de Jesus Cristo; dias em que é vencido o
poder do antigo inimigo e é celebrado o dia da nossa redenção (Cf. Prefácio da
Paixão do Senhor II). Vivamos, pois, estes dias de Quaresma e Semana Santa
unidos a Nosso Senhor Jesus Cristo.