A palavra Domingo deriva do
Latim, “dies Dominicus”, que quer dizer Dia do Senhor. Os primeiros cristãos
viveram às dificuldades da antiga tradição do sábado,
pois eles se voltaram para o primeiro dia da semana, chamado Dia do Senhor, por
causa da Ressurreição. O dia da Ressurreição veio a ser a celebração semanal
mais importante para as cristãos. Instituído para o fortalecimento da vida
cristã, o domingo adquire, naturalmente, também um valor de testemunho e
anúncio. Dia de oração, de comunhão e alegria, ele repercute sobre a sociedade,
irradiando sobre ela motivos de esperança. O domingo é o anúncio de que o
tempo, habitado pelo o Ressuscitado e o Senhor da história, não é o túmulo dasilusões,
mas a verdade da esperança, é convite a olhar para diante, é o dia em que a
comunidade cristã eleva para Cristo o seu grito de libertação.
O domingo deve ser preenchido, em primeiro lugar, com a participação na Eucaristia, onde se faz memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Na escuta da Palavra e na mesa eucarística, os cristãos estão diante do centro da própria fé. Antes de ser uma obrigação, trata-se de um direito! Por isso, a necessidade de redescobrir o domingo como dia do Senhor e dia de descanso.
Nos últimos tempos, o domingo é tema de reflexão, no campo religioso, cultural, social, político e econômico. O Domingo, não é visto somente como o dia da vivência da fé e compromisso com Deus, mas sim, engloba toda a complexidade social.
O dia do descanso abençoado e santificado por Deus com a ressurreição de Jesus, ou seja, separado de outros dias para ser, entre todos, o "dia do Senhor” se torna também, dia de trabalho e muitas vezes, de exploração de um sistema que oprime e escraviza.
O Papa João Paulo II menciona na carta apostólica Dies Domini: “importa não perder de vista que o trabalho é, ainda no nosso tempo, uma dura escravidão para muitos, seja por causa das condições miseráveis em que é efetuado e dos horários impostos, especialmente nas regiões mais pobres do mundo, seja por subsistirem, mesmo nas sociedades economicamente mais desenvolvidas, demasiados casos de injustiça e exploração do homem pelo homem. Quando a Igreja, ao longo dos séculos, legislou sobre o descanso dominical, teve em consideração sobretudo o trabalho dos criados e dos operários, certamente não porque este fosse um trabalho menos digno relativamente às exigências espirituais da prática dominical, mas sobretudo porque mais carente duma regulamentação que aliviasse o seu peso e permitisse a todos santificarem o dia do Senhor. Nesta linha, o meu venerado predecessor Leão XIII, na encíclica Rerumnovarum apontava o descanso festivo como um direito do trabalhador, que o Estado deve garantir”.
É necessário redescobrir o Domingo como o dia do Senhor, o dia de descanso. Um dia não para se tornar vazio, e sim um momento para os cristãos viverem um enriquecimento espiritual,estreitamento dos laços familiares e cultivarem momentos de diversão que não ofendam os princípios evangélicos vivendo fraternalmente um dia de paz e de esperança para iluminar todos os outros dias.